Caminho

Caminho…

No trilho do meu destino onde colho as flores caídas e traídas, largadas numa qualquer tempestade pela amargura do tempo decoro todas as suas margens à luz do meu dia. Espalho as sementes em solo molhado. Solo salgado pelas lágrimas não contidas e fertilizo-o com a ajuda do vento.
Prossigo, não sei onde me leva, quem ou o que encontrarei pelo caminho, mas não me desviarei, continuarei a sonhar as árvores, as flores, as montanhas, as aves, continuarei a semear as sementes que ele me quiser dedicar.
Sou tão fácil de contentar! Ah, sorrisos meus serão na brisa o simples cantarolar de um pássaro, uma pedra em forma de flor ou um riacho em dias de calor.
Por certo encontrarei muitas pedras no caminho, magoarão os meus pés, detonarão o cansaço mas não a alma…Continuarei a ser sorriso no meu caminho!
Continuarei a amar as coisas simples na arrogância do sentir enquanto ser humano, pois não sei se poderei chamar de simples ao desabrochar de uma flor cândida; ao chilrear de um pássaro; ao correr de um rio; à comida no prato que me satisfaz; ao amigo que partilha as lágrimas e os sorrisos; ao mar que me permite nele navegar; ao sonho que me enleva nas noites de cansaço; ao nascer do dia; ao pôr-do-sol; ao luar; ao sorriso de uma criança; aos frutos das árvores; ao perfume; aos teus olhos; aos teus lábios…